tem
poesia no que não vemos
no que se
vê, sem o saber visto,
poesia de
chuva que faz a gota
fluir ondas
num mar imprevisto;
tem
poesia em não olhar nada
ou, ao sentir,
entrever o perigo,
poesia na
asa que alça ao vento
uma viagem
que não tem sentido;
tem
poesia no intercurso da lua
a arder essa
imprecisão premida,
poesia no
tempo de ouvir a cor
vibrar uma
palavra a ser tangida;
tem
poesia no deserto, e nuvens
e nessa estrada
contígua ao vazio,
poesia,
em abismar-se no indiviso
oceano,
que devora a sede e o rio...
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