Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2014

NÃO SOU

Não sou um poeta de livros sou desses de arrancá-los das poças d’água na rua do prisma furta-cor do olhar da contração da aurora nua, Nas páginas giram insetos dessa eletricidade de durar letras de céu, ou de chuva rimas de mar e estranhezas saem da alma como luva, Sou o que sonha desperto e vigio o sono de imaginar na tipografia de silêncio gravo as cavidades infinitesimais de mundos a desmoronar, Não sendo um poeta de livros escrevo-me é de penumbra na folha em branco que sou esse é o tomo impublicável que se desfolha aonde vou...  

DESTREZA

Nenhum lugar me pertence embora delimite o território e dele me aproprie, Nenhuma onda me devolve embora continue a marcha a lassos ventos, O sorriso que ofusca o outro no espelho, sabe da estória mal contada,                            Se havia anjos, não escutei ainda, o sussurro das asas entre sombras, Vaguei quanto há de imenso um oceano de fúria e medo, e noite em mim... E nesse exercício de ser só divido da condição humana sem ter como repartir.

FÊNIX

Espalho as cinzas de quanto amei pelos caminhos, Estátua de sal sem caule, ou raiz somente espinhos;                     A lágrima se vai num rio que leva memórias, partidas, Do que era fim o sonho se ergue nas chamas da vida.

PREDIÇÃO

O silêncio das perguntas sem resposta, as respostas sem sentido que nada dizem, Letter - 1975 by Jan Saudek O olhar se apaga, mãos que procuram, onde há voos mais altos e sem declives?                             A estrada feita de pedras segue além, quantos rios se perderam no oceano? Os loucos já não cantam os seus presságios, e o mundo sem escuridão será quando? ...and the world without darkness will be when?

OCASO

Essa solidez do nada em recintos de névoa é o pilar que sustenta súmulas de memórias;   Desabam as ilusões ante olhos abismados, mas é como deve ser e a tarde uiva o talvez;                   O dia nasceu tão cedo, a hora arrasta manhãs e noites sem devaneios; E não há mais tempo nos silêncios do ocaso, além desse de esquecer.