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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

CENA

  clique para ampliar Sei que canto. E a canção é tudo. Cecília Meireles

CONTRADIÇÃO

Photo by Christy Lee Rogers -  www.christyrogers.com não quero ser poeta  me lanço à poesia via ao leste do incerto e aos poucos se desvia água que escorre rija faz-se lava de vulcão embora palavra, todavia; não quero ser poeta mesmo que pela porta que nada impedia abra-se de repente esse sésamo dos casos do ser das coisas das gentes e o caos que tripudia; não quero ser poeta trafego essa órbita que em vão me consumia e que me incompleta em letra, areia e espuma a onda, a bruma o mar que não havia.

MADUREZA

Beyond Fantasy - by Hengki Lee in: pics24web.com tenho palavras que me engolem  e se transfiguram para que a vida rebente espantos conheço do mais alto céu ao abismo dissonâncias atinjo pouco ou nada  e rumos perdidos quantos em mim nada me preza mais que os desvarios, e as jornadas entre as canções que acalanto se ainda brilham as luas que multiplicam a noite de amores refeitos dos desencantos.

PALCO

Todos riem, e o palhaço triste Representa a sua última cena Nesse repetido drama da vida, De ausente a lua quase fugiu Mas a mágica não foi perdida; Todos se alegram com a piada E o artista esgrime a sua arte O gesto bobo de ir-se ao chão, De maldade a lua quase sorriu  Mas nada lhe adoça o coração; Todos se iludem nessa plateia Alcateia de uns lobos suspensos Mas lá fora, palco sem cortina, A lua e eles andam em silêncio E o espetáculo jamais termina.

TRILHAS

Me atrai a arte das distâncias De grandes mares, e desertos O que se espalha pelo infinito Das nascentes do impraticável Da ausência em que me agito Um prodígio das muitas faces No contraditório rastro humano A baleia azul, seu eco perdido Ou o fóssil do tumulto da vida Que detém as teorias que sigo E de quanta incerteza houver Desde perder-se  na correnteza Avessos que não se distinguem As regiões sem limite, abismos E veredas que não se atingem Que sou levado até a origem Pelas reentrâncias dos sonhos Onde se revela não haver fim Pois de todos esses caminhos O que sigo, encontro em mim...

O JOGRAL

Jogral não escolhe caminho A estrada o acolhe de longe Aquela sem começo ou fim, Que talvez vá dar em nada Ou talvez surja num jardim; O destino que lhe cabe seguir É ouvir as estrelas em verso Se não sabe da noite ou dia, Esconde a lágrima na chuva Carrega nas cores da alegria; Talvez nem encare o dragão Ou salve a donzela em perigo Mas a espada salta ao vento, Se venceu a batalha é consigo E os enganos do pensamento.