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Mostrando postagens de abril, 2013

CIGANO

o reverso da estrada me leva... a substância de juntar os dias amanhece nas cores das uvas há tanto tempo não ouço o sol no eco de uma tarde quieta que o vento atalhou na curva; quem sabe a palavra que diga ou se cale os silêncios do olhar                                      e os sais que calham ao gosto se for possível ainda silenciar mais que as veredas onde o céu revela toda beleza do sol posto; que nenhuma estrada me leva o que me traz ao pé do caminho é a vontade de ir livre ao infinito esse sentir é um anseio sozinho as uvas, a tarde, o sol e o vento são os únicos a seguir comigo. GIPSY the reverse road takes me ... the substance of joining the days dawns in the colours the grapes, so long time I do not see the sun in the echo of a quiet afternoon, which the wind cast in the spaces; who knows the word that says, or write in the silences of the eyes with spices that soften the dream, if it is still p

VIDRO

o medo que tenho das ausências me faz criar personagens de mim essa máscara de quanto me falta esse fantoche sem começo ou fim ouço a voz de outro que pergunta o nome que não consigo mais dizer é esse passarinho que está preso? ele diz, contudo não sei responder                     quantas vidas perdi nesse instante em quantos mundos resisto ainda? qual o vazio que me faz mais falta que caminho é esse que não finda? nenhum sol amanhece a lua turva presa no rio de vidro que conheço o vitral que surge do azul da noite é feito o sonho que no fim esqueço.

ARRANJO

nesse lago me esvazio dos silêncios lugares e coisas que não arrisquei do relevo da memória, partido em quantos cacos restam e estrelas a lágrima se perde na aridez da areia que pulveriza os desertos              mas insisto em regar as flores que plantei em canteiros descuidados e a compor essas canções em redondilhas que gravo no escuro.

ARMADILHA

escolhas persistem tantas   não sou caçador de pérolas apenas afundo mar adentro na rede de pescar as noites aprisiono as estrelas, o luar e a concha acorda o vento; lá, a pedra em manufatura brilha uma outra densidade em seus estilhaços de poeira            e escreve em luz escondida o reflexo da natureza oculta ou a sintaxe da vida inteira; armadilhas existem tantas a de acreditar, ou a de iludir não sou caçador, sou presa de esquadrinhar no incerto sem avistar fim ou princípio e a sofreguidão é a mesma.

PRELÚDIO

no mar que não tem medida e é o limite o barco do que sou me leva aos longes de abismos num mapa que não calculei navego o delírio                                                                                   nos ventos que cavam o trajeto e encalço os perigos os céus que sustentam o mundo espelham labirintos a voz da sereia vem despertar um prelúdio de rios.