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Mostrando postagens de abril, 2016

ARTESANIA DE NADAS

fabricava poemas melhor seria se fizesse guarda-chuvas o tempo é tão imprevisto não se pode confiar na meteorologia para dizer se chove ou não melhor fazer guarda-chuvas, de que adiantam palavras quando a balança comercial oscila o mercado as finanças  os percentuais... e o frágil equilíbrio do mundo é determinado por homens sem alma melhor fazer guarda-chuvas,                               fazer poemas é tão inútil quanto um domingo nevoento como um daqueles dias de feriado quando tudo para de vez deve-se fabricar guarda-chuvas é a única garantia que o mundo continue, melhor a oficina de sombrinhas que palavras a inquietar a razão que sonhos a crescer pelos cabelos esqueçam-se os poemas! como a poeira escondida no tapete depois da faxina malfeita.

CONEXÃO

visto a camisa roxa subo no telhado ligo o hemisfério direito escrevo a interrogação, retiro a máscara negra leio a estrela distante perfuro o olho do ciclope mato a fome de viver, rasgo a pele que me despe planto a água que me afoga solto o verbo na correnteza deixo o tempo entornar, abro as portas do segredo pulo janela fora atiro a pedra na teia de vidro faço o mundo revolver, gozo o vinho da espera dilato os termos do delírio rejunto toda loucura nada sei de encontrar...

FAROL

manhã de silêncios invisíveis e esperanças quietas as aves de nuvens carregam os ventos nas asas, nas casas o tempo estaciona ante relógios mudos e a vida trafega seu córrego de espantos sem fim, lembrança de outros tempos de horas a fluir certezas quando rios e sóis irrigavam o chão de deitar sonhos, a memória gira no carrossel enquanto dói esse vazio  de não se poder mais voltar ao começo da história, agora que da noite sussurra  o mar da longa travessia pela luz que ao longe clareia reencontro o caminho...

COMBUSTÃO

seiva de alimentar o sonho a palavra me lança da boca por entre anjos e demônios beijo puras, e beijo loucas, aprendi os truques de viver entre a espada, e o espanto nos abismos que desinvento das entranhas do meu canto, jogral das vigílias sem luar nômade nos ermos das ruas bruxo dos desertos sem cor, o sentido não sei se haverá a razão edita sombras nuas que o sol asfixia em seu ardor…