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Mostrando postagens de dezembro, 2014

RITO

essa sede que me bebe além da sede que tenho e água nenhuma mitiga, a obscuridade de existir sem cuidar que verdade liberte mais do que diga, esse sonho que me fere mas que aquece o calor de me alcançar humano, a esperança que retorna passos largos na aurora de esperar um novo ano!

CIRCUS MAXIMUS

Allez, allez – era o palhaço triste com aquele sotaque engraçado, enquanto o mormaço da tarde recolhia-se na asa do crepúsculo; Nua, a bailarina dança no céu em seu trapézio quase invisível, animais terrestres e aquáticos tocam uma música selvagem num hipnótico cenário em P&B; I’m sorry, ladies and gentlemen but there is no heaven’s stars here, I lost my name e and I’m so sad, (e tudo segue fora do roteiro...) Deixa o vento cantar na lona gemidos de borboletas sufocadas Magrite, Miró, Salvador Dali... voar a transcendência humana é tão breve no sopro do tempo; Porque aqueles anjos choram se não lhes é negado o paraíso? - Acorda, refém da poesia, é sonho o que faz nascer o artista...

TEOREMA

são tantos os delírios - as luas nuvens pesadas de sons afora cantam na chuva dos silêncios fisgados pelos olhos de querer; entre pensamentos de sombra quadros esquecidos na parede as janelas olham as distâncias que, num sonho - penso ouvir;                                         as palavras voam sem direção querem-se revelar no teorema mas se perdem no não sentido, o que me cala é mais que tudo; a porta se abre para o labirinto o sol nasce outra vez inflexível o ciclo recomeça na correnteza do tempo, que flui sem resistir.

ROTA

invento manhãs de aguardar o sol irromper à plena luz, na curva traço tempo que afunda em promessa de mar, certeza é não ir conjurar passagens antes de ser caminho, existir de verdade é não ter as medidas em que se deva perder.

TORMENTA EM BLUE’S

sob dezembros de não mudar, de um céu azul cobalto, extraí ideias de não existir certezas, e assim – desarrumo esse dia numa espécie de desencanto entre o humano, e transitório, o filósofo tem razão, em dizer de sermos todos condenados à prisão extensa da liberdade, mas nem o fato de saber isso do como é decisivo esse peso, impede a alma de se escutar, e no antes que tudo houvesse, a tormenta nos ergue as asas mal supostas do sonho perdido.