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Mostrando postagens de dezembro, 2013

SUPER-HERÓI

A paisagem cinzenta, de uma manhã na cidade, é bem mais cinza que a ausência de qualquer cor, embora as cores se rebelassem aqui e ali em grafites pintados em pontos estratégicos. Gritos de silêncios em cores berrantes ou suaves, palavras cifradas, estrofes arrancadas de poemas roubados, imagens sem dono a impacientar a passividade do rebanho. Jota Gris sai voando pela janela, não veste o uniforme oficial de super-herói, talvez por não acreditar que seja um. Ao menos teve a decência de manter o mínimo para o decoro, mas a cueca rasgada não disfarçava a barriga, resultado de alguns dias, talvez semanas, vendo TV e comendo batatas fritas. Admitia ter perdido o rumo, a ética, o dever cumprido... Mas agora estava a voar, e observava aquela cidade caótica de outro ponto de vista; sem heroísmos, sem querer proteger ninguém, no seu momento. Tinha que buscar um tempo para se entender consigo mesmo, queria saber os porquês disso e daquilo, essas questões existenciais que recheiam o

DO CÉU E DE VOAR

Me dou conta do quanto é vão lutar contra a maré, mesmo que continue a nadar a favor de contrários, Sejam correntezas, ou a vida, é preciso ir em frente, que a distância não determine nem o tempo limite; É parte desse espírito humano, ou o que quer que seja, como se à falta de asas, saber do céu e de voar bastasse; Com isso se supõe as certezas, ou a falta delas, nenhuma verdade é a decisiva não há lei absoluta, Na impermanência do caminho está todo o sentido, o único infinito que se pode ter é a liberdade do agora.

LIMPIDEZ

É inútil presumir desculpas para vasos partidos, ideias, distração no relógio imóvel, tudo se prolonga sem peso; Navios afogados no deserto e nos certificados da ordem, a espalhar poeira no vergel, expõe-se o histórico da vida;                                  Escolher um único caminho de quantos estão em frente, mesmo que ir não expresse definir a jornada conclusiva;                      Sei pouco de estar a buscar na sala, a janela semiaberta é o caminho fluente do raio, na luz, sei onde há sombra; Do mar, não sei além do sal ou onda, se me deixar levar, da lua sei menos que névoa... claro é o sol entre incertezas.

UN CANTO ANDALUZ

Mi alma sueña de pasión, y magia, las sirenas faíscam sus cabelleras rojas, en mis ojos, el mar crispa olas de asombro, la poesía despierta de veces ya perdidos;                                                                                   Tierras de Andalucía en campos de olivo, la espada hiere el cielo puñal de plata en la mano, vaga la luna en el espejo en la noche de encanto, bradam las guitarras, el recuerdo enciende la llama de las hogueras;                            Mi alma sueña las canciones eternas de brindar esperanza en los corazones desiertos, Federico Garcia Lorca y cuidar del vergel abundancia y promessa, y la luz de las estrellas se arroja en los telhados;                    Tierras de Andalucía ¿cómo matar a un poeta ? ¿ con nueve flechas del fuego? ¿ con lanzas de agonía? ¿ con gritos del silencio? jamás se mata el poeta él vive en su palabra, más allá del que sea;                 Mi a

EM TRANSE

No espaço improvável entre os dedos e o teclado a viagem recomeça, de um questionável universo gotejam estrelas sem nome; Medito as sábias palavras do Mestre Zen, esqueço-me quem sou, o que seria, o que se tem por certo é alínea do imprevisto; Tentei crer em promessas com algumas lutei, não venci chove a estação do adverso entre retratos banidos e memórias sem perfume; Ciganas em transe de luz evocam os seus vaticínios   sereias ofuscam a lucidez com seu canto obscuro, no mar, a escuridão dorme;                                                                                                                       Ainda há lugar no paraíso ao bem-aventurado desvario desnudar o caos humano, as regras de bem viver, enquanto surgem galáxias; Vejo um espaço em branco ruas estreitas, sem chão sigo entre olhos atentos, uma vez ou outra, suspiros... e o mundo explode sem voz; Sete dias na semana, o vazio um mês inteiro,