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Mostrando postagens de agosto, 2014

LACUNAS

As vezes quando a insônia vem ruminar a vigília de saber que a distância é que aproxima; As vezes quando a lágrima é o disfarce que a chuva espalha nas dobras da janela cinza;                              As vezes quando o tempo vai, antes de ensinar a sentir-se o amor além de pertencer; As vezes em que silêncios despencam de abismos sem que nada os possa jamais preencher.

REVERSO

A densidade das esperas estabelece tempestades e horas, Salas herméticas, praias lavadas em sol e nuvens repentinas, Tudo se tinge em delírio, as hipóteses quedam-se pesadas, que o pensar não é tudo a transbordar do entalhe da retina, Como uma asa distende na curva, ao se deixar ir inteira, a incompletude humana é a asa, dessa trajetória clandestina.

BIOGRAFIA

Sou o velho a lembrar paisagens, o moço a se aventurar por elas, e sou o menino que as imagina, Tenho na voz distância de estrela, quietude de mar sem calmaria e o silêncio, que tudo neblina,      Sou o corsário sem ilha do tesouro, rei que abdicou império e coroa, mendigo a resistir na esquina, Vim em noite de ermo e fogaréu, cresci em tarde nua de fronteiras, sigo essa manhã, que não termina. 

SUBSTÂNCIA

É do caos ao reverso onde me decifro o avesso, Sonhar é só a ponta post by  www.culturainquieta.com do iceberg imerso que aqueço, Se o sentido da vida não ultrapassa o rascunho,                    Me permito ser feliz quer seja aurora ou plenilúnio, Do que sei em mim de céu vento asa e caminho, Conheço de lágrima rio oceano - seiva e vinho.

SEM PALAVRAS

Coisas que não disse peixes invertebrados Going Downtown, 1976 - by Jan Saudek ondas - sem um mar, E se fazem ausentes asas pousadas, num abraço de não caber,                                     Me fartei de silêncios como quem se afoga da ausência na alma, E o outro lado é duro como naufragar o sol num brilho sem arder.