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BIOGRAFIA

Sou o velho
a lembrar paisagens,
o moço a se aventurar
por elas,
e sou o menino
que as imagina,

Tenho na voz
distância de estrela,
quietude de mar
sem calmaria
e o silêncio,
que tudo neblina,
    
Sou o corsário
sem ilha do tesouro,
rei que abdicou
império e coroa,
mendigo a resistir
na esquina,

Vim em noite
de ermo e fogaréu,
cresci em tarde
nua de fronteiras, sigo
essa manhã,
que não termina. 

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.