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Mostrando postagens de janeiro, 2014

A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS

Dizem que vagam em cardumes num mar onde coisas mudas ditam os seus últimos alentos, Já viram o seu corpo de harpia as asas sem tamanho presumível a cravar suas garras nos ventos? E vivem do seu modo secreto guardando as névoas distantes de mundos que ninguém imagina, Alguns lhes estudam os mistérios sem jamais atingirem um sentido na busca que jamais termina, Os loucos a refugiam nos olhos a repisar pelas noites de tortura o sonho, sol, espinho e a larva, Da vida que continua a pulsar como o inseto amorfo que procura sua forma, e encontra a palavra.

NINHOS

Ainda não é tarde no corpo do vento há voos que ardem o grande carrossel, E quase vem a luz como fosse um raio e atravessa o olhar lágrima, leite, mel,            Sei, todos dormem, cansaço da espera e das asas partidas incompleto silêncio, Mas veja, o espaço altivo é onde o céu anuncia aos ninhos seu abraço imenso.

FERRUGEM

na falta de sentido em tudo desenho treliças de nuvens para anuviar o pensamento sem ópio, sequer ambrosia nos olhos de um fogo cálido apaga-se o desejo e a hora                            só mar diz tudo nas marés com essa onda de silêncios no corpo abrasivo da praia enquanto escorre na pedra, do tempo corrói sem pressa a gasta memória de sonhos...

SOL COAGULADO

Um poema tem que ser feito com o cuidado e o imprevisto de quase deixar-se entrever, É como se fosse pecado mas encontra-se a um passo além da maçã e de querer, Um poema é marca de sol coagulado no barro morno da forma ainda latente, Trazido à vida nada diz nem acrescenta; se extingue ou, se mantém o fogo ardente...

SAPATO NOVO

Que a vida seja um presente como ganhar sapato novo e possamos refazer o caminho e apostar outra vez no jogo www.obviousmag.org Que o sorriso seja o anúncio de um sol retirado do ovo então rebente todo universo a girar nos tentáculos do polvo                     Que se reconstruam os ninhos as velhas ruínas dos logros e a esperança seja a resposta para quantas preces, e rogos Que a vida seja um presente e, aceso outra vez o fogo ilumine-se a sombra dos passos em cada pé, um sapato novo... Imagem do site www.obviousmag.org - fotos históricas  (Menino austríaco recebendo sapatos novos durante  a Segunda Guerra Mundial)