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A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS

Dizem que vagam em
cardumes
num mar onde coisas
mudas
ditam os seus últimos
alentos,

Já viram o seu corpo
de harpia
as asas sem tamanho
presumível
a cravar suas garras
nos ventos?

E vivem do seu modo
secreto
guardando as névoas
distantes de
mundos que ninguém
imagina,

Alguns lhes estudam
os mistérios
sem jamais atingirem
um sentido
na busca que jamais
termina,

Os loucos a refugiam
nos olhos
a repisar pelas noites
de tortura
o sonho, sol, espinho
e a larva,

Da vida que continua
a pulsar
como o inseto amorfo
que procura
sua forma, e encontra
a palavra.

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.