me custa é deter da tempestade a lucidez que não sei traduzir é trazer dos caminhos que andei a distância que não foi vencida, me custa essa nudez de desertos e o silêncio de um mar esquecido e o que quer que circule a rota das sombras de noites sem farol, sei desvelar das gotas de chuva uma ânfora que não esvazia a dor sei ler nas estrelas essa falta que não se coaduna nas palavras; me custa é apreender pelas horas no eclipse sem fim da eternidade e essa álgebra escrita em brasas de átomos a multiplicar os anjos, me custa retirar algo do sentido de nada possuir qualquer sentido e alcançar a eloquência do vazio no eco que se basta por si mesmo, sei da espera que devora, e adia desse hemisfério de seres adiados sei de toda história mal contada e de todas que não se deve contar...
de palavras, universos e inconclusões...