rezo em minhas
noites de insônia
para o recôndito
deus que se apiede
dos meus medos, e
desses medos
que nem sequer os
carrego em mim;
e às vezes, ouço
na cor do silêncio
a distância entre
minha alma e a sua
como se juntos,
pudéssemos compor
a materialidade de
todos os vazios;
diante da minha
incerteza o flagelo
da inconstância, e
do pouco zelo
por tudo quanto é
servil, e humano
tudo quanto se
presume da verdade;
uma medida para
gestos, e desejos
outra para o
tempo, para as estrelas
a fantasia da
liberdade pinta o céu
de um azul que não
se pode lembrar;
não posso escolher
o que seja real
dessa irrealidade
que desenha a vida
o que guardo de
mim, é a coragem
de seguir à frente
do que me ofusca;
nas minhas noites
de insônia finjo
que adormeci para
além do que seja
e o deus – ao qual
me apego em vigília,
é o sonho que
torna possível existir…
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