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VIDRO


o medo que tenho das ausências
me faz criar personagens de mim
essa máscara de quanto me falta
esse fantoche sem começo ou fim

ouço a voz de outro que pergunta
o nome que não consigo mais dizer
é esse passarinho que está preso?
ele diz, contudo não sei responder                    

quantas vidas perdi nesse instante
em quantos mundos resisto ainda?
qual o vazio que me faz mais falta
que caminho é esse que não finda?

nenhum sol amanhece a lua turva
presa no rio de vidro que conheço
o vitral que surge do azul da noite
é feito o sonho que no fim esqueço.

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

ESTANTE

Colaboração de Rita Carvalho   em desenho de  Raquel Pinheiro (clique para ampliar) ando a procurar inspiração me fogem as palavras, como dizê-las? as razões e os modos desaprendi; o único caminho que sigo, ainda, é entre incertezas; guardava poetas na estante mas hoje os guardo lendo a vida e reconheço, viver é intraduzível; o único caminho que sigo, mesmo, é entre asperezas; tem momentos em que o silêncio faz gritar a poesia com palavras que não se escrevem... não quero descobrir os caminhos, apenas ter a luz acesa.

CICLO e outro poema

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