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LEVIATÃ

preso do meu desespero
matei e esfolei o bicho
joguei o corpo às sombras
e ele, apenas ria de mim,

saiu da pele rasgada
queimou mares de vidro
de um mal vindo de longe
sem ter começo nem fim;                                                        
'que fiz por merecer isso'
era meu grito no limbo
enquanto ruía o universo
e tudo a que me prendia,

e o mundo vinha abaixo
os átomos se extinguiam
lutava além do possível
mas o bicho apenas se ria;

talvez me salve da fera
mude o curso da história
e descubra desse mistério
que trouxe a visão malsã...

na tempestade se ergue
e com a voz do infinito
à luz da última estrela,
diz:’meu nome é Leviatã!'

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me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.