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VIGÍLIA

Escrever dói
mas não como retirar
das pedras
os caminhos perdidos,

Escrever é vão
mas não como olhar
a cera derreter
de círios esquecidos,
                             
A dor é inútil
pois incessante cava
gestos e vazios
macerados em fumo,

E entre a luz
e a sombra das velas
paira a imensidão
de um lugar sem rumo.

Comentários

  1. Muito lindo o poema. Achei muito parecido comigo. Reflete minhas emoções. As vezes sinto como se tivesse acontecendo essa invasão. A realidade, é que todos nós somos bombardeado vinte e quatro horas por dia sobre várias formas de invasão.

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    Respostas
    1. Obrigado, Lima Sousa, nos meus textos tento falar das inquietações e questionamentos que movem a vida! Abraços!

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.