qualquer
coisa passa
mas o
desejo fica, e fica
onde não
se percebe
nem seiva
nem sopro,
fica como
uma névoa
de um
outono indefinido
na sala
onde se rezam
as
exéquias de sonhar,
e sangra
na corrosão
de cerzir
o tecido velho
num revês
de esquecer
o que não
foi bordado,
by James Houston |
mas
permanece ali
e será o
mesmo desejo
a queimar
em geleiras
olhos
vidrados na luz,
a
suspirar sua ânsia
nos
cubículos de sentir
sem se
haver de palavra
para exprimir
um grito,
mudo se
contorce
nas valas
dos penedos
onde
sobre a pedra nua
quedam
luas, calafrios
e a
aridez do mundo
o
naufrágio dos tempos
uma
jornada sem rumo
desde o
porto sem mar.
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