ah se
fosse poeta
e
arrancasse das pedras
as
histórias que não sei
e
colhesse das nuvens
a seiva
de um azeite
que curasse o pranto,
ah se
fosse poeta
e
soubesse, sem cálculo
a
desmedida das coisas
e
forjasse em fogos
uma
espada sem corte
que
aplacasse a dor,
ah se
fosse poeta
e
entendesse o simples
de
desentender o jeito
e as
porosas escamas
de saltar rio sem fim
de o
tempo existir,
ah se
fosse poeta
e fizesse
arder a chama
de viver a eternidade
nessa faísca de luar
e estrela
e risos e luz
que exaurem
o amor,
ah se
fosse poeta
e
soubesse o que diz
o silêncio
da alvorada
quando a
luz crispa
pela
escuridão afora
no limiar
de se romper,
ah se
fosse poeta
e sem mais necessitar
do
crocitar da palavra
apenas
calasse da alma
isso que
à ânsia golpeia
sem ter
ferido sequer...
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