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QUASAR

já recitei ao vento
a minha homilia do nada
meu templo é a vida,

quem me segue voa
com as asas que ofereço
tenho olhos que raiam,

renasci de morrer
em mim mesmo a tudo
que não esteja vívido,
                   
o meu segredo
lavro minas descobertas
em mistérios, e paixão,                                                                                         
não sei de princípios
bebo uma revolta afiada
que não cede palavra,

o que tenho de céu
salvo da vaga liberdade
que me expropriam,

um sem sentido
me conduz às esferas
e, se não há respostas...

no absurdo sonho
o lugar sem fronteiras
onde toda a alma pulse.

Comentários

  1. "o lugar sem fronteiras
    onde toda a alma pulse"

    Que poder, cara. Que poder!

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    Respostas
    1. A poesia se completa com a visão do leitor, esse é o poder! De nada adianta uma ponte se ninguém a atravessa! Obrigado amigo, um grande abraço!

      Excluir

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CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.