Os olhos
tristes jamais sorriam, seu coração esqueceu-se de como eram os trigais ao
entardecer. Um rio de nuvens cinza chovia ausências em sua casa. Ao longe, os
pássaros do tempo erguiam-se nos espaços, espectros de sombras transparentes.
Cada
lâmpada acesa consumia o azeite das esperas, e a escuridão dançava brasas
negras sob a luz da lua. Alguém pronunciou seu nome, de um lugar paralelo ao
mundo, onde os espelhos se afundam em lagos de vidro.
- Ravena,
já se aproxima o dia...
Os seres mágicos cantavam na aurora, e ela
percorreu as escadarias da madrugada, para abrir de leve a janela da sala. Seus
passos vacilam até alcançar os frisos, o brilho dourado raia no horizonte.
Não
houvera tido visão tão bela, o medo se dissipava com o dia a nascer, os olhos
se encheram de uma sensação nova, um aperto em seu peito lhe doía, as palavras
em sua alma se perdiam em vazios, e finalmente, ela as compreendeu e sorriu.
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