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DESORDEM


Quem diria que guardava
tantas coisas sem atentar
na inutilidade delas,

Despedaço e me rescindo
de papeis dicionários e pó
a mancha nos óculos,

A última fatia de traduzir
o ideograma da rendição
no rasgo de esperança,
                         
Protestos, contas a pagar
os prognósticos da loteria
cansaço de germinar...

Antares fica além, e Vega
nem avalio, penso viagens
na mira de astrolábios,

Um besouro voa ao lado,
dos objetos que preservo
esse, é o único livre.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.