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SOM

Entre ronco de motores
e gorjeios de passarinhos
interponho subterfúgios,

É melhor abrir os olhos
para a confluência exata
das cinzas dos silêncios,
 
Que avivar o rascunho
das palavras sem sentido
que incendeiam ao lado;
                          
No mundo feito de ecos
paro de repetir o tumulto
e oscilações do aquário,

Para ouvir do mar pleno
que guardava clandestino,
os discursos e fragores,

Nenhum som repercute
o compasso das esperas
mais que o rugido do ser.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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