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EVA

os olhos falam sem dizer
o silêncio grita sem falar,
os mundos se dispersam
a luz envolve as trevas,
Marina Abramovic

lua sanguínea ou névoa
o universo se recompõe,
e a vida encontra pouso
no ventre ditoso de Eva;
        
descobrir-se o seu olhar
é ver o mistério da vida,
a lágrima cai no abismo
nasce a estrela primeva,

a carne, o sangue, a dor
a gestação das esperas,
Artist and performer
todo caos se apascenta
no ventre casto de Eva;

devia guardar do sonho    
da água, da chuva, o rio            
e as aves livres da noite
e do tempo que me leva,

do deserto, da verdade
de toda a vida humana,
para renascer outra vez
do ventre fértil de Eva. 

Comentários

  1. Respostas
    1. Obrigado! Comecei esse blog para retirar uns poemas da gaveta, esse mês completo um ano a postar os textos, fico feliz que escritores com seu talento os leia e aprecie! Abraço.

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

ESTANTE

Colaboração de Rita Carvalho   em desenho de  Raquel Pinheiro (clique para ampliar) ando a procurar inspiração me fogem as palavras, como dizê-las? as razões e os modos desaprendi; o único caminho que sigo, ainda, é entre incertezas; guardava poetas na estante mas hoje os guardo lendo a vida e reconheço, viver é intraduzível; o único caminho que sigo, mesmo, é entre asperezas; tem momentos em que o silêncio faz gritar a poesia com palavras que não se escrevem... não quero descobrir os caminhos, apenas ter a luz acesa.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...