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NUDEZ

sigo itinerários febris
mino carne de pedras
para o cinzel de durar
antes de vir a aurora,

sou feito de pedaços
afixados na tardança
de jamais completar
as trilhas do mundo,

me perdi tantas vezes
quanto há de estrelas
para rezar um silêncio
que não têm serventia,

me agarro nesse fio
onde rumina a noite
que enlaça os ventos
nas teias das aranhas,

me basta o que existe
o que há de mistério
tem sua hora marcada,     
e tudo sei de esperar.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.