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LIMITE

dali lancei meu olhar perdido
entre aquarelas e cores nuas
no aleatório dimanar de água
veste de fogo líquido em mim,

extinção de deuses, ou ídolos
homílias de silêncios e ondas
no tempo de não se saber luz
na queda de não se haver asa,

feito meia-noite sem um luar
e sem a desculpa de sombra
para se disfarçar os segredos 
na dor mais surda que vítrea,

vi romper ardis de fronteiras
sem maré que me transborde
sem pés de encontrar limites
e esse gosto de sal, além mar.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.