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CHUVA

há alguma coisa de partida
em cada beijo
o abraço mantém distâncias
em segredo,

o calor encobre frios ocres
transidos em brasa
numa febre de se enredar
sobre espelhos,

o que será que nos redime
de não ser
de não poder abarcar céus              
e terra num grito?

o que falta para completar
o ciclo do grão
para se restaurar um novo
e perene ciclo?

o amor respinga sim e não
é chuva viva
na aridez insigne, inóspita
do nosso chão.

Comentários

  1. "o amor respinga sim e não
    é chuva viva"

    Chuva viva!!!!
    Que poema lindo J. Ribas!

    Grata por nos visitar e seguir!
    Seguindo de volta e adorando teu cantinho!

    (=

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    Respostas
    1. Obrigado! Seja bem-vinda a esse lugar de ideias! É nossa escolha escolher sim ou não para que o amor nos irrigue a sede! Abraço!

      Excluir
  2. Que chuca mais linda!!!

    Olá J. Sou uma das autoras lá do Nós Poéticos.
    Vim conhecer teu blog!
    Me encantei!
    Um grande abraço!

    Já seguindo!
    http://pensamentosvalemmaisqueouro.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O blog de vocês é uma ótima proposta, gostei muito! Vou seguir o seu também, com prazer. Abraços a todos do blog!

      Excluir

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

ESTANTE

Colaboração de Rita Carvalho   em desenho de  Raquel Pinheiro (clique para ampliar) ando a procurar inspiração me fogem as palavras, como dizê-las? as razões e os modos desaprendi; o único caminho que sigo, ainda, é entre incertezas; guardava poetas na estante mas hoje os guardo lendo a vida e reconheço, viver é intraduzível; o único caminho que sigo, mesmo, é entre asperezas; tem momentos em que o silêncio faz gritar a poesia com palavras que não se escrevem... não quero descobrir os caminhos, apenas ter a luz acesa.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...