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CHUVA

há alguma coisa de partida
em cada beijo
o abraço mantém distâncias
em segredo,

o calor encobre frios ocres
transidos em brasa
numa febre de se enredar
sobre espelhos,

o que será que nos redime
de não ser
de não poder abarcar céus              
e terra num grito?

o que falta para completar
o ciclo do grão
para se restaurar um novo
e perene ciclo?

o amor respinga sim e não
é chuva viva
na aridez insigne, inóspita
do nosso chão.

Comentários

  1. "o amor respinga sim e não
    é chuva viva"

    Chuva viva!!!!
    Que poema lindo J. Ribas!

    Grata por nos visitar e seguir!
    Seguindo de volta e adorando teu cantinho!

    (=

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado! Seja bem-vinda a esse lugar de ideias! É nossa escolha escolher sim ou não para que o amor nos irrigue a sede! Abraço!

      Excluir
  2. Que chuca mais linda!!!

    Olá J. Sou uma das autoras lá do Nós Poéticos.
    Vim conhecer teu blog!
    Me encantei!
    Um grande abraço!

    Já seguindo!
    http://pensamentosvalemmaisqueouro.blogspot.com/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O blog de vocês é uma ótima proposta, gostei muito! Vou seguir o seu também, com prazer. Abraços a todos do blog!

      Excluir

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.