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CONTRACAPA

Já fui enganado mil vezes
me venderam lotes na lua
jogral num circo de pulgas
sem graça, no meio da rua,

Fui a piada do dia, palhaço
sem circo e sem inspiração
albatroz manco no convés
sem presumir a imensidão,
                         
Guardei de voos domados
rotas de outras distâncias 
em cada lugar que não sei
me aflora vaga esperança,

Mas sei permanecer vadio
me vejo além do que existo
mal suspeitam qual sonho
dos disfarces, é o que visto.

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me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.