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FERRUGEM

na falta de sentido em tudo
desenho treliças de nuvens
para anuviar o pensamento

sem ópio, sequer ambrosia
nos olhos de um fogo cálido
apaga-se o desejo e a hora
                          
só mar diz tudo nas marés
com essa onda de silêncios
no corpo abrasivo da praia

enquanto escorre na pedra,
do tempo corrói sem pressa
a gasta memória de sonhos...

Comentários

  1. Que poesia foda.
    Gostei muito

    brendovieira.blogspot.com

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    Respostas
    1. Obrigado, Brendo! Sua opinião é muito importante! Sinta-se sempre bem-vindo! Abração!

      Excluir

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.