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QUEFAZERES


Abstrato em azul e cinza - por: J.Ribas

Abrandou a ventania para
enlaçar as nuvens;

Desocupou os canteiros
para regar o tempo;

Gravou o solo da chuva
nos ecos do segredo;

Condenou aranhas à luz
das réstias de sol;

Agitou a poeira no circo
das minudências;

Deu asas ao mar quieto
dos olhos da moça;

Resgatou o seixo perdido
e o cravou no rio,

- Crueldade de poeta
é ternura disfarçada.

o traço se espaça curvas no espaço...
J. Ribas

Comentários

  1. Gosto da sua poesia, J., sobretudo pela força das imagens.

    "Deu asas ao mar quieto
    dos olhos da moça"

    "Há uma parte de mim
    que determina caber no vazio,"

    "qual cor vestirá o branco
    das nuvens pelo caminho?"

    Beijos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico feliz, um poeta expressa o que lhe vai por dentro, a palavra é sua conexão com o pensamento! Abraços!

      Excluir

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.