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LIMALHA DO SONHO


Há uma parte de mim
que determina caber no vazio,
e completar-se a vida;

Há nesses espaços
os galhos hirtos, em que floresce
into wave -  por J. Ribas
a seiva das esperas;

Há em redor das horas
alquimias lentas a moer tempos,
e destilar enganos;

Retiro a limalha do sonho,
e encontro a limpidez de existir   
a única essência;

Não sei mais que a fogueira
de apagar o medo, num denso
que me fiz incendiar...



uma saída sempre se recorte
à tua sina de escrever poemas.
Luciano Maia

Comentários

  1. Respostas
    1. Também gosto muito, o exercício poético fica mais solto, e livre das amarras da rima pode experimentar outras linguagens. É um desafio, no entanto, encontrar o ritmo certo. Abraço.

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