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QUEFAZERES


Abstrato em azul e cinza - por: J.Ribas

Abrandou a ventania para
enlaçar as nuvens;

Desocupou os canteiros
para regar o tempo;

Gravou o solo da chuva
nos ecos do segredo;

Condenou aranhas à luz
das réstias de sol;

Agitou a poeira no circo
das minudências;

Deu asas ao mar quieto
dos olhos da moça;

Resgatou o seixo perdido
e o cravou no rio,

- Crueldade de poeta
é ternura disfarçada.

o traço se espaça curvas no espaço...
J. Ribas

Comentários

  1. Gosto da sua poesia, J., sobretudo pela força das imagens.

    "Deu asas ao mar quieto
    dos olhos da moça"

    "Há uma parte de mim
    que determina caber no vazio,"

    "qual cor vestirá o branco
    das nuvens pelo caminho?"

    Beijos

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    Respostas
    1. Fico feliz, um poeta expressa o que lhe vai por dentro, a palavra é sua conexão com o pensamento! Abraços!

      Excluir

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ESTANTE

Colaboração de Rita Carvalho   em desenho de  Raquel Pinheiro (clique para ampliar) ando a procurar inspiração me fogem as palavras, como dizê-las? as razões e os modos desaprendi; o único caminho que sigo, ainda, é entre incertezas; guardava poetas na estante mas hoje os guardo lendo a vida e reconheço, viver é intraduzível; o único caminho que sigo, mesmo, é entre asperezas; tem momentos em que o silêncio faz gritar a poesia com palavras que não se escrevem... não quero descobrir os caminhos, apenas ter a luz acesa.

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