In Blue - por J Ribas |
O
pôr-do-sol transversal
Estende o
seu ouro velho
Nas
cercanias do planeta
Deixo o
caos me distrair
Borboletas
sugam o açúcar
Das horas
breves;
Minha
vida suburbana
Sob os
holofotes do circo
Encolhe a
cauda espinhosa
De
dromedário ronceiro
O sertão
da caatinga nua
Encharcado
de neve;
Fujo para
o mar verdoso
Dos seus
olhos castos
Beijo
seus seios túrgidos
De alvos
alabastros
A
turmalina e o minério
Da alma
se abrasam;
Um anjo
sob o viaduto
Grafita os sinais do céu
Mimetizados na luz
Adão e
Eva fogem do paraíso
Entre
folhas de parreira
E maçãs,
eles descasam;
Não quero
entender
O mundo e
suas falácias
Não vejo
cor no cinza
Esse gris
não tem graça
Há mais
cores entre mim
E o que se oculta infinito;
Se
buscasse o provável
Não o
teria percebido
Tanto
quanto me perco
Nos
quânticos espasmos
De atravessar o fio
Insurgente desse grito.
Adão e Eva - Albrecht Dürer A poesia é um grito
que rebenta do silêncio,
E nele permanece
alçada sempre ao infinito.
J Ribas
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