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BAILARINA

Bailarina - Joan Miró

De asas translúcidas
Em seu corpo aéreo
Olhos a fisgar luas
Inebriadas de mistério

Desmonta o tempo
Anuncia o apocalipse
Subjuga luz e espaço
E se alinha no eclipse

Delicada bailarina
Sopro que liberta
Os véus de desvelar
A sua alma inquieta

Cintilar perpétuo
Na sombra que afundo
Seus passos serenam
As dores do mundo

Encanto displicente
De o vento soprar
As ondas do oceano
Que jazem no mar

Irrompe a ventura
Do sonho que desejo
E acorda o universo
        Nas asas de um beijo.           


Joan Miró

-Ei, poeta, não ouço seus gritos!
-Não clamo ao mundo, mas ao infinito! 
J. Ribas

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.