COSMOS
Quero os impossíveis que estalam
Dentro de salas fechadas e vazias
As luas entre o mundo e o sonho...
Procurar unicórnios em tapeçarias
A hora passada sob os pontilhões
Em correr as ondas perdidas de si
E um barco imaginário a navegar
Até encontrar-se o porto de existir
Uma taça entre o vinhedo e o elixir
Um pássaro entre beija-flor e cristal
A esgrima a repartir alma e pessoa
Sem que se consiga distinguir qual
O toque distante da voz sugerida
De legiões de sereias na tormenta
O fulgor do sol a dourar o oceano
E espelhar tudo quanto se inventa
Não quero estar preso a fronteiras
De erguer muralhas para o infinito
Quero o chão de altivas planícies
E colinas ao alcance de um grito.
DESTINO
Quando em absoluta distração
O trovador inventa os seus versos
Detém-se a trajetória da estação
E a origem de todos os universos
As montanhas tornam-se rasteiras
Golpeadas por um encantamento
E as nuvens se dispõem em fileiras
Que recobrem todo o firmamento
Porém, não elegeu esse caminho
Um bruxo em seu encanto inaudito
Golpeou-lhe a alma ainda no ninho
E então percorre sua viagem assim
Sem que ninguém ouça seus gritos
Ou silêncios, de regiões do sem fim...
O tempo não passou
Deixou-se acomodar pelos cantos,
Reflexos misturados ao pó
Espelhos caiados de expectação.
J. Ribas
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