sei
contar estrelas até cansar
e
enumerar nuvens pelos tons
umas
mais cinza, outras azuis
aprendi
cedo a planar avessos,
deliberar
os desusos e vazios
foi
um ato contínuo a discorrer
assim
como ver o imaginário
fosse
mais o certo que existir;
sei coisas
do como, do quando
que
nenhuma soma dispõe ver
tudo
que seja fortuito me fala
num idioma de aflorar os rios,
tudo de já esquecido no mundo
me
fala em olhos de horizontes
o
sol me forma sobre o tempo
a
lua me canta jeitos de sentir;
entendo
o invisível e a poeira
leio fragmentos em espelhos
sei
a rota que une o impossível
a
esse mistério do outro lado,
sei
coisas do sempre, do porquê
aquilo
que se nega, eu afianço
traço
letras de tudo pertencer
do
pasmo ao imanente que advir...
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