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À FANTASIA

procurava caracóis azuis
e as anêmonas feitas de ar
um certo toque de cristal
num olho de pérola leitosa
cabelos e asas multicores,

procurava castelos de areia
sirenas de pele esverdeada
uma música ouvida de longe
um pássaro de fogo na lua
um sono de jamais despertar,

procurava vales na aurora
oceanos e rios invertidos
dançarinas de vento e nuvem
barcos perdidos na geleira
dragões num quadro sem cor,

procurava o sentido latente
uma loja de penhores em Fez
um cego na trilha do nunca
a palavra o mistério e a luz
mas não sabia onde encontrar...

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CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.