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AO OLHAR

olho em volta do dia
não nos vemos nas ruas
nem através da tempestade
a nos afogar em multidão,

é claro que é indiferente
se conta ou não o olhar-se
o próximo, o cinza, o ignoto
as inutilidades, os desejos,

ficamos cegos por dentro
ofuscados de não saber ver
de não alcançar a imagem
na despretensão do existir,

o olhar vaga pelo mundo
é tessitura que me escapa
transparência que se tinge
de fragmentar-se em sombras...

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.