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À ESFINGE

perdido como as peças
de um enigma sem fim
colorido com os cinzas
que um fogo incendiou,

Esfinge grega
da textura de memórias
que já foram escritas
pela boca de profecias
que o oráculo inventou,
                     
feito a pele da noite
eriçada de um calafrio
entorpecido pelo vinho
que Baco em rito bebeu,

procurava uma resposta
à sombra das esfinges
mas só me vem o reflexo
num espelho que sou eu...


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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.