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MAGRITE

somos frágeis
como janelas imaginárias
René Magritte - A condição Humana
em campos sem paisagem;

somos citações
entre livros empoeirados
submergidos pelas estantes;

somos poeira
porque da poeira vieram
estrelas homens e palavras;
                   
somos pouco
ou nada, além do limite
que indetermina distâncias;

somos o possível
a medida que ansiamos
do que nos é dado não saber;

somos o impossível
quando voar se determina
pelos mundos que não se vê.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.