Porque
tempo jamais cansa
e rio,
determinado, escorre,
sem se
dar conta qual vento
desfibra
as poucas certezas,
Porque
sonho não se define
e vida se
abala nem sentida,
mas há o
pretexto de existir
embora
tudo siga provisório,
Porque as
perguntas saltam
pelos
cantos da sala, no teto,
a voar
com as bocas abertas
um mar
vazio entre os olhos,
Porque nu
o silêncio evapora
imerso no
oceano sem ondas
a girar
como um eco distante,
espectro
de vidro estilhaçado...
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