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CICLO

O mecanismo do desencontro
engendrado em teares de dias
onde as horas tecem esperas,

E as engrenagens a mover-se
num círculo de voltas sem fim
no pó de átomos e borboletas,

A vida é máquina sem direção
como uma escada a submergir
em espiral num mar de sonho,

Num repente de chegar ao fim
e se perder nos azuis remotos
sem concluir o que se demora, 

E tudo retorna ao seu começo
quando não havia do universo
senão o átomo, sopro da ideia.

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.