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PELE DE VIDRO

Retirei as escamas
da pele de sombra
vesti essa feitura
de espaços indivisos
e lágrima de brasa,
 
Não vejo o espelho
de levar o que sei
às luas sem nome,
dentro de sentir fere
uma nudez de fogo,

Quando a vontade
se encrava na luz
acesa entre nuvens,
dói a fome em tudo
que sei de esperar.

Comentários

  1. O abstrato nos versos é uma habilidade para poucos. Em você ela flui livremente. Muito bom!

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    Respostas
    1. Prezo muito sua palavra, pela didática fluente e crítica, e aprendo mais sobre poesia. Penso que o abstrato nos versos é o modo para comunicar o indefinido, matéria do fazer poético. Grande abraço!

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.