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LIMPIDEZ

É inútil presumir desculpas
para vasos partidos, ideias,
distração no relógio imóvel,
tudo se prolonga sem peso;

Navios afogados no deserto
e nos certificados da ordem,
a espalhar poeira no vergel,
expõe-se o histórico da vida;
                                
Escolher um único caminho
de quantos estão em frente,
mesmo que ir não expresse
definir a jornada conclusiva;
                    
Sei pouco de estar a buscar
na sala, a janela semiaberta
é o caminho fluente do raio,
na luz, sei onde há sombra;

Do mar, não sei além do sal
ou onda, se me deixar levar,
da lua sei menos que névoa...
claro é o sol entre incertezas.

Comentários

  1. Um poema de grandes imagens e poucas certezas, tal como a vida.

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    Respostas
    1. As certezas limitam e as imagens provocam, vida é mistério, dúvida é poesia!

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.