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LIMPIDEZ

É inútil presumir desculpas
para vasos partidos, ideias,
distração no relógio imóvel,
tudo se prolonga sem peso;

Navios afogados no deserto
e nos certificados da ordem,
a espalhar poeira no vergel,
expõe-se o histórico da vida;
                                
Escolher um único caminho
de quantos estão em frente,
mesmo que ir não expresse
definir a jornada conclusiva;
                    
Sei pouco de estar a buscar
na sala, a janela semiaberta
é o caminho fluente do raio,
na luz, sei onde há sombra;

Do mar, não sei além do sal
ou onda, se me deixar levar,
da lua sei menos que névoa...
claro é o sol entre incertezas.

Comentários

  1. Um poema de grandes imagens e poucas certezas, tal como a vida.

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    Respostas
    1. As certezas limitam e as imagens provocam, vida é mistério, dúvida é poesia!

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PAISAGEM

fragmentos de nenhum plenitudes de migalhas e sabor de poucos azuis, minha paisagem cruza dos contornos do agora Pano Branco by João Carlos in www.blckdmnds.com às espacialidades  nuas, transpondo os mundos e os revirando em mar de um imergir miragens,                           lançando-se ao absorto para colher das estórias a que não será contada, sei pouco de horizontes e paralelos e contrastes nesse olhar de sombras, minha voz é do silêncio carcereiro das palavras que não alcanço libertar.

ESTANTE

Colaboração de Rita Carvalho   em desenho de  Raquel Pinheiro (clique para ampliar) ando a procurar inspiração me fogem as palavras, como dizê-las? as razões e os modos desaprendi; o único caminho que sigo, ainda, é entre incertezas; guardava poetas na estante mas hoje os guardo lendo a vida e reconheço, viver é intraduzível; o único caminho que sigo, mesmo, é entre asperezas; tem momentos em que o silêncio faz gritar a poesia com palavras que não se escrevem... não quero descobrir os caminhos, apenas ter a luz acesa.

CICLO e outro poema

CICLO Não tenho o que fazer E então imagino versos Melhor do que guerras É reinventar universos Melhor que navegar só Ter palavras na vereda Mais denso que cálculo Ou musa que interceda À falta de aventurar-se Enlouqueceram muitos Já desaprendi as regras Dos contratos fortuitos Deixo a cargo do acaso Redescobrir a liberdade As cores de pintar o céu As paródias da verdade Não preciso saber muito Nem desejo saber nada Nada tenho a que fazer E reinicio quando acaba. DESEJO ambicionava montanhas na minha cidade não há assim invento mergulhos, e me preencho de alturas que não posso escalar... precisava de temperança na minha cobiça não cabe assim, me rendo à gula, e tomo o mundo com ganas mesmo que não o engula... a necessidade me leva em busca de uma alquimia de transmutar os enganos, e me aferro à lacuna ...