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MEU POEMA

Vi uma esperança
Quando abri a janela
Saltou junto à luz
Rente ao sol trigueiro
De acender a manhã;

Vi uma esperança
No olhar da moça
Que calculava a rota
Muito tortuosa
De uma estrela anã;

Vi uma esperança
Na tarde encurvada
Dos olhos brilhantes
E libertos de tudo
De uma anciã;

Vi uma esperança
Na cratera da noite
Entre claves e zelos
Atravessar a parede
Da sorte malsã;

Vi uma esperança
Que digam o contrário
Ou disfarcem o silêncio
Continuo a vê-la
Ainda que seja vã.

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CÔMPUTO

A equação do voo das moscas o zunido do fosso dos ventos, O número de grãos da areia a ferrugem dos dias e da alma,                                                                        O azul a lua etérea,                              as páginas obscuras do Índex, voos e ardis,                                                                                 O abecedário das formigas o sustenido dos pardais, O sol nos bancos das praças a ordem objetiva do mundo... Tudo foi calculado.

STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.