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VERBO-METALURGIA




Falo do que não sei mais definir
Do que se perdeu entre zunidos
Nesse idioma feito de contrários
Esfinge de um dialeto esquecido

Falo da vida o que devo contar

No transe de entornar a aurora
Do que foi dissolvido no arquivo
E persiste arder do lado de fora

Não falo do que vai por dentro

A erguer baralhos de esperanças
Em castelos que se desmancham 
Sob a ventania das lembranças

Da alquimia que me transborda

Do aniquilamento no qual refaço 
Esse crisol que não posso conter
Em fundir palavras feitas de aço. 

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

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Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.