Bêbado da vida prossigo além
Do fardo de tudo que carrego
A me escorrer os descaminhos
Dos rios que me tornam cego
Em águas imerso o mal ou bem
Livre é que destravo no abismo
As asas quebradas da ventania
A me levar na razão do espaço
Às altitudes que ainda não via
E estradas que ainda não piso
A sala de máquinas das esperas
O sol de extensões mal contidas
O universo na moldura da janela
Tangências que traçam a vida
Dessa rota que jamais houvera
Tudo se esconde nos disfarces
Um silêncio que arde sem estalo
O mural transparente de calafrio
As respostas que no peito entalo
E as perguntas que me esvazio.
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