falava
pouco, aquele retrato
tecido em silêncio inaudível
dizia
muito a remoer o pasto
pelas regiões de não lembrar,
depois,
emudecia as estórias
- onde
encontrar “o que sou”
de outro tempo
já exaurido?
“o que
sou” de agora refazia
a imagem, às vezes, nublada
a derramar-se em chuva gris
numa dimensão de imaginar,
escuto
das cores desbotadas
plainar meus
olhos distantes
a
tessitura das horas na teia
numa linha
a tecer universos,
porém,
não ouvirei do retrato
mais que sombra e ausência
como uma praia já esquecida
cujas ondas não podem voltar.
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