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PÉ-DE-VENTO

a noite chove de estrelas
no meu teto goteja a lua
qualquer coisa de longes
vem contar que tudo voa
nesses confins de não ter,

Ambrits Tamás - by meiaseis.com
tenho a cobiça que falta
tem-me a sede do olhar
mas o que fala é remoto
de um sentir não inteiro
onde tudo se faz apagar,
             
dizia-se feito de sólidos
o imenso e tudo quanto
desmesurado é o pouco
no vazio a refletir ondas
do mar que afundei oco,

que não sei mais mentir
de palavras que invento
de estradas que já andei
desmedido é por dentro
cavalo asas pé-de-vento...

- e todo o resto, não sei.

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.