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SONHO DE PEDRA

A árvore desfolha silêncios
no lápis do vento,

A nuvem ensina caligrafias
de ler sonhos,

O rio escreve de amanhãs
se indo embora,

Os pássaros tecem a vida
em frases de ninhos,
                  
A montanha é livro aberto
de saber as eras,

O lago aprofunda os céus
na página do mundo...

É humana essa inquietação
de exprimir o que não tem
linguagem,

A escrita das pedras é sono
de inexistir palavra.

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CÔMPUTO

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STANDBY

me devoto ao impossível tanto quanto creio no tempo e seja próprio do existir o embate inútil das ideias, me devoto aos artifícios Michal Mackú como se a derme calcificada da alma, toda se adequasse em mimetismos e disfarces, no indissolúvel contrato do desencontro, e do vazio tudo é uma espera constante enquanto se macera a vida, mas o espetáculo continua seja noite ou tempestade e o que movimenta a máquina ao menos também a pulveriza...

O OUTRO

Me desfiz de mim há algum tempo esse que tropeça entre móveis, gestos é outro mais incerto, Aposto aos dias às horas mornas cego e absoluto Menino Sentado - Portinari de vazios, equívocos viagens sem retorno, Faísca em geleiras seu coração rude mãos calejadas                         o arado nas pedras a trespassar o desejo, Abala os montes acordos, os mitos apura a veleidade inútil das esperas, do sonho impossível, Falho de verdades à beira do abismo entre asa e vento segue o caminho, é outro mais incerto.